Textos de Paulo Pinto

Parapentes APCO (3 anos de Garantia)

Ninguém ignora a capacidade inventiva israelense. Especialmente no campo aeronáutico.

 

Na Guerra do Yom Kippur eles surpreenderam o mundo com o caça Kfir, inspirado no Mirage francês, que provou em combate ser infinitamente superior ao original. Eles tiveram de fazer isso para sobreviver quando lhes foi negada a aquisição de uma centena desses aviões que, depois de encomendados, foram vendidos a um outro país da região que lhes era hostil.

 

Com o parapente, também foi mais ou menos assim. Afinal, o vôo-livre também é aeronáutica.

 

A APCO começou fabricando para os outros. Até adquirir "know-how" necessário para se lançar por conta própria em fins dos anos 80 com seu próprio produto, o Hilite.

 

De lá para cá, só houve progresso, e inúmeros recordes mundiais batidos com os Hilite, Astra, Super Astra(Supra) e Xtra entraram para o currículo da empresa.

 

Mas talvez o feito mais importante tenha sido a adoção nos Astra, e em alguns dos últimos modelos de Starlite a partir de 1992, de um nylon diferente, duplamente impermeabilizado(nos dois lados) à base de silicone, capaz de resistir por anos a fio à ação dos raios ultravioleta. Isso, quando ainda se dizia que o polyester era melhor que o nylon.

 

A partir de então, os parapentes da APCO, à diferença do que existia no mercado, deixaram de ser um bem de consumo e passaram a ter uma vida útil incomparavelmente superior a dos que usavam tecido comum. A ponto de, uma vez constatada essa durabilidade, a empresa ter passado a garantir, a partir de 1994, impermeabilização do produto por 3 anos.

 

Se você tem dúvida porque lhe andaram contando estórias diferentes, pergunte a quem tem. Nós temos um relação dos Voadores de APCO de todo o Brasil com o modelo do parapente, data de aquisição, proprietário e telefone. Peça, que nós enviaremos. É só perguntar. A eles. Ao usuário.

 

Ou então, pegue um APCO bem usado, fabricado a partir de 1992 com o tecido Gelvenor (esse é o nome), e o passe por um porosímetro. Você vai ver que o resultado invariavelmente será superior a 10 min quando algumas das outras marcas não chegam a 5 min, mesmo quando o parapente é novo(um APCO novo apresenta resultados superiores a 15 min, às vezes, superiores até, a 20 min). Aí você vai ouvir papos do tipo "zero porosidade não é tudo" etc, etc.

A verdade irrefutável, no entanto, é que a APCO, tão difamada durante anos por haver adotado o tecido Gelvenor em 1992 e passado a oferecer dois anos de garantia / 250 horas de vôo em seus parapentes, está agora, presenciando a adesão daqueles fabricantes que a criticaram. Ozone, Nova, Airwave, dentre outras, já mudaram de camisa e estão usando Gelvenor. Por enquanto, somente no intradorso(a APCO faz uso do tecido em cima e em baixo) pois ainda estão apanhando na homologação(o Gelvenor é mais pesado e o projeto tem de ser muito bem criado para não ser penalizado).

 

Naturalmente, isso terá origem em quem não tem nada para justificar a má qualidade do tecido de sua marca. Não se deixe enganar. Porosidade é o único parâmetro que pode ser medido matematicamente para se avaliar o estado de um velame. Quem diz o contrário, é porque não tem qualidade para apresentar. Ou então porque usa tecido parecido com papel de seda para conseguir manter seus parapentes com uma homologação mais segura (tecidos leves permitem uma reabertura mais rápida em colapsos, facilitando os resultados nos testes de homologação). O problema é que esses tecidos mais leves não duram nada.

 

Procure encontrar um desses velames de papel de seda com mais de 4 anos de uso. Você não vai achar. Procure um APCO. É o que não vai faltar, porque eles usam um tecido feito para durar e são projetados para serem homologados com esse mesmo tecido. É uma questão de competência. Fazer as coisas bem-feitas para durar faz parte da natureza e da cultura israelense.

 

A performance dos parapentes APCO, por sua vez, não é melhor, nem pior do que os das boas marcas do mercado. Para que sofismar ? Não se consegue enganar todo mundo o tempo todo. Afinal, todo fabricante procura se manter em dia com o estado-da-arte do momento, nem que seja copiando o que está dando certo nos outros. Isso é tradicional em aviação. Todo mundo copia todo mundo.

 

Os parapentes APCO apenas duram mais, conservam o seu valor de revenda e são fáceis de negociar em segunda mão. Em síntese, poupam o seu dinheiro.

 

Se você nunca viu um APCO, verifique a reputação deles no Rio de Janeiro onde existe cerca de uma centena voando.

 

E se outros lhe disserem que só eles tem condição de lhe dar apoio e manutenção, não acredite. Nós temos todo e qualquer material para reparo e contamos com o suporte de uma oficina credenciada pela APCO para reparos.

 

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