A AVLA, como revendedora dos produtos APCO Aviation Ltd. no Brasil, gostaria de mostrar mais um pouco sobre esta empresa Israelense que vem conquistando o mundo com a excelência de seus produtos.

Textos de Paulo Pinto

História da APCO

A APCO é uma empresa israelense que teve suas origens no Kibutz Kfar-Etzion, no início dos anos 70, quando ali era sediada a empresa Agur Gliders, fabricante de asas-delta e de todo o espectro de material pertinente ao vôo-livre (agur é o nome de um pássaro da região).

 

Anatoly Cohn, um israelense de origem russa, trabalhou na Agur Gliders como projetista entre 1976 e 1982, quando, ao contrair matrimônio com Elana Applebaum, se desligou do Kibutz e se estabeleceu por conta própria criando a APCO, cuja sigla é uma acrossemia de Agur Products Company e das iniciais de Applebaum e Cohn.

 

Ao iniciar suas atividades, a APCO trabalhou, basicamente, em duas áreas:

- Fabricação de asa-delta, casulos, etc, dando continuidade às atividades da Agur. - Fabricação sob licença da Aerodyne dos ultraleves Vector e de todo o material correlato.

 

Com o crescimento do mercado de esportes de lazer, a APCO passou a investir onde quer que houvesse esse tipo de demanda e, deste modo, se envolveu com o parapente desde o início do esporte, fabricando para Kalbermatten (Ailes de K) e VLD os primeiros modelos a surgirem no mercado. Na segunda metade dos anos oitenta, a empresa fabricou para a STV o célebre Comet - o parapente foi projetado na Áustria por Hannes Papesh e fabricado em Israel pela APCO. Por sua vez, usando a sua própria capacitação, a empresa projetou e contratou a uma empresa israelense especializada em pára-quedas militares a fabricação dos novos pára-quedas May Day Plus 16 e 18, respectivamente, de 16 linhas/24m² e 18 linhas/30m², também conhecidos como HG16/18 e PP16/18, dos quais já foram fabricados mais de 15 mil unidades.

 

A partir de fins de 1988, a APCO entrou no mercado com seu próprio parapente, o que não foi surpresa para quem conhece a tradição aeronáutica israelense - lembremo-nos que, no passado, eles foram capazes de fazer uma réplica do caça Mirage francês (o Kfir) que acabou melhor que o original. Assim surgiram os Hilite I e II, inegavelmente inspirados no Comet. Em 1990, quando da abertura política na União Soviética, Anatoly Cohn aproveitou-se de suas origens e lá foi buscar uma formidável equipe de engenheiros e técnicos de aeronáutica, a tal ponto, que se diz que hoje, na APCO, a língua oficial é o russo. Com a chegada da nova equipe, operou-se uma transformação radical na empresa e começaram a surgir os projetos verdadeiramente originais. Assim é que, em meados de 91, aparecem o Starlite e o Hilite III.

 

O primeiro, testado pela Revista Parapente Vuelo Libre em 1992, junto com o Hot Dream da Flight Design (que era um parapente de alta), com o Appolo da Edel e com o Diablo da Trekking, apresentou resultados de desempenho bem superiores aos concorrentes. E o segundo, também em 1992, foi considerado pela Revista Vuelo Libre "el mejor de la gama" entre os intermediários. O Hilite III iniciaria uma tradição entre os parapentes de alta da APCO, qual seja a de bater recordes mundiais. Em 08 Ago 91, Willi Muller estabeleceu no Canadá, com 109 Km, o recorde de distância com um ponto de curva. O Starlite, por sua vez, em 1993 no Meeting Internacional de Parapente em Valadares, voou 75 Km com o Ruy Pinto, terminando em 10° lugar na classificação geral, inclusive na frente de pilotos da equipe nacional francesa que treinavam para o mundial.

 

Ao Hilite III, sucedeu em 1992, o Astra, "l'áile des records", como o denominou a Revista Vol Livre francesa, pois nesse ano ele bateria os recordes de distância a um gol pré-declarado (Chris Muller, Canadá, 146 Km), ganho de altura (Sean Dougherty, 3671m, África do Sul) e distância livre (Alex Louw, África do Sul, 283 Km).

 

Após o Astra, em 1993, veio o Supra(Super Astra), que em 1994 se tornou recordista de velocidade (Eric Oddy com 16,85 Km/h) em triângulo de 25 Km. E ainda em 1993, em substituição ao Starlite, surgiu o Prima como asa de escola.

 

No início de 1994 são lançados o Sabra e o Spectra. No fim do ano, o Xtra, que logo, também, se tornaria recordista de distância a um gol declarado na África do Sul (de novo, Alex Louw com 250 Km).

 

Em março de 1996, é lançado o Sentra no lugar do Spectra e surge o Zen como equipamento de altíssimo desempenho para competição.

 

Em 1997 surge o Futura, um intermediário de alta performance derivado do Zen.

 

No início de 1998, são lançados o Santana, o Sierra e o Tigra que substituem, respectivamente, o Sabra, o Sentra e o Zen e no final do ano, surgem o Bagheera que substitui o Tigra e o Allegra que substitui o Futura.

 

Em 2000, o Santana e o Sierra cedem seus lugares ao Fiesta que tem também uma versão para vôo-duplo (embora o Futura 38/42 continue a ser produzido como duplo para pilotos mas ambiciosos).

 

Em 2000 o Bagheera consegue o incrível feito de vencer na categoria Serial e na Open(nesta, competindo contra todo e qualquer tipo de parapente) a etapa de Portugal da Paragliding World Cup.

 

Em 2001, o Bagheera, a despeito de continuar um parapente incrivelmente performante, é substituído pelo Simba, um parapente com a mesma homologação DHV 2 e ainda mais performante.

 

Algumas características interessantes dos parapentes APCO merecem destaque:

- A primeira selete a usar o reserva nas costas foi a Paradise da APCO. Na ocasião, houve quem, no Rio, por desdém, dissesse que não a usaria porque não dava para olhar para o punho na hora de puxá-lo e que, decolando invertido, havia o perigo do punho enganchar no mato. Hoje, quem não usa reserva nas costas é exceção.

- A selete Secura foi a primeira a usar Air Bag, o que hoje é uma unanimidade como proteção passiva.

- O Supra, mercê de um sistema de elevadores e acelerador absolutamente inovadores, foi o primeiro parapente de linha a ultrapassar os 50 km/h.

- O tecido usado até 1992 era o Nylon Carrington inglês e, a partir de 93, foi adotado o Nylon Galvenor. Esse último, passou, a partir de 1994, a ser garantido por três anos, coisa absolutamente inédita na indústria.

- O Starlite possui todas as entradas de ar das células do mesmo tamanho. Elas não diminuem nas pontas e isso fez essa vela incrivelmente resistente a colapsos.

- O Hilite III, usa células duplas, do mesmo modo que o Hilite II, recurso hoje adotado, também no Sentra e no Zen.

- O Sabra e o Spectra usam o mesmo aerofólio do Supra, diferindo no número de células e na geometria da suspensão.

- O Spectra possui todas as entradas de ar das células com a mesma área. Elas ficam mais estreitas nas pontas mas compensam isso aumentando de largura.

- A partir do Xtra, os parapentes APCO se tornaram mais fáceis ainda de inflar em vista da utilização extensiva de mylar na parte dianteira das intercélulas a fim de melhor abrir as entradas de ar.

- O Zen, e depois o Futura e o Sierra, possuem comando duplo de freio com uma segunda linha atuando no estabilizador. Isso permite ao parapente girar quase nivelado ao enroscar.

- Com exceção do Prima, todos os demais parapentes APCO possuem três tirantes e não têm a fileira de linhas D.

- Em 1997 foi lançado uma proteção lombar, a CABS(Closed Air Bottle System) que faz uso de garrafas de plástico tipo Coca-Cola fechadas.

- Em 1999, a linha de parapentes conseguiu algo absolutamente inédito. A pior homologação DHV é a do Bagheera (DHV 2, estando na categoria de performance em que todos os concorrentes são DHV 2-3). O Allegra é o único parapente no mercado com DHV 1-2 e CEN/AFNOR Standard com L/D 8. O Fiesta é DHV 1, o Allegra é DHV 1-2 e o Bagheera é 2.

- Em 2002, o Keara, seguindo a tradição iniciada com o Bagheera e mantida com o Simba, é também homologado DHV 2 chegando próximo do L/D 9  e introduzindo as inovadoras Válvulas HIT.

- Em fins de 2003, é lançado o Tetra em substituição ao Fiesta.

- Em 2005 é lançado, em substituição ao Keara, o Lambada (clique aqui para o teste completo traduzido).

- Em 2006, o Karma substitui o Tetra como DHV 1, saída-de-escola.

 

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