Anatoly Cohn, um israelense de origem russa,
trabalhou na Agur Gliders como projetista entre 1976
e 1982, quando, ao contrair matrimônio com Elana
Applebaum, se desligou do Kibutz e se estabeleceu
por conta própria criando a APCO, cuja sigla é uma
acrossemia de Agur Products Company e das iniciais
de Applebaum e Cohn.
Ao iniciar suas atividades, a APCO trabalhou,
basicamente, em duas áreas:
-
Fabricação de asa-delta, casulos, etc, dando
continuidade às atividades da Agur. - Fabricação sob
licença da Aerodyne dos ultraleves Vector e de todo
o material correlato.
Com o crescimento do mercado de
esportes de lazer, a APCO passou a investir onde
quer que houvesse esse tipo de demanda e, deste
modo, se envolveu com o parapente desde o início do
esporte, fabricando para Kalbermatten (Ailes de K) e
VLD os primeiros modelos a surgirem no mercado. Na
segunda metade dos anos oitenta, a empresa fabricou
para a STV o célebre Comet - o parapente foi
projetado na Áustria por Hannes Papesh e fabricado
em Israel pela APCO. Por sua vez, usando a sua
própria capacitação, a empresa projetou e contratou
a uma empresa israelense especializada em
pára-quedas militares a fabricação dos novos
pára-quedas May Day Plus 16 e 18, respectivamente,
de 16 linhas/24m²
e 18 linhas/30m²,
também conhecidos como HG16/18 e PP16/18, dos quais
já foram fabricados mais de 15 mil unidades.
A partir de fins de 1988, a APCO entrou no mercado
com seu próprio parapente, o que não foi surpresa
para quem conhece a tradição aeronáutica israelense
- lembremo-nos que, no passado, eles foram capazes
de fazer uma réplica do caça Mirage francês (o Kfir)
que acabou melhor que o original. Assim surgiram os
Hilite I e II, inegavelmente inspirados no Comet. Em
1990, quando da abertura política na União
Soviética, Anatoly Cohn aproveitou-se de suas
origens e lá foi buscar uma formidável equipe de
engenheiros e técnicos de aeronáutica, a tal ponto,
que se diz que hoje, na APCO, a língua oficial é o
russo. Com a chegada da nova equipe, operou-se uma
transformação radical na empresa e começaram a
surgir os projetos verdadeiramente originais. Assim
é que, em meados de 91, aparecem o Starlite e o
Hilite III.
O primeiro, testado pela Revista Parapente Vuelo
Libre em 1992, junto com o Hot Dream da Flight
Design (que era um parapente de alta), com o Appolo
da Edel e com o Diablo da Trekking, apresentou
resultados de desempenho bem superiores aos
concorrentes. E o segundo, também em 1992, foi
considerado pela Revista Vuelo Libre "el mejor de la
gama" entre os intermediários. O Hilite III
iniciaria uma tradição entre os parapentes de alta
da APCO, qual seja a de bater recordes mundiais. Em
08 Ago 91, Willi Muller estabeleceu no Canadá, com
109 Km, o recorde de distância com um ponto de
curva. O Starlite, por sua vez, em 1993 no Meeting
Internacional de Parapente em Valadares, voou 75 Km
com o Ruy Pinto, terminando em 10° lugar na
classificação geral, inclusive na frente de pilotos
da equipe nacional francesa que treinavam para o
mundial.
Ao Hilite III, sucedeu em 1992, o Astra, "l'áile des
records", como o denominou a Revista Vol Livre
francesa, pois nesse ano ele bateria os recordes de
distância a um gol pré-declarado (Chris Muller,
Canadá, 146 Km), ganho de altura (Sean Dougherty,
3671m, África do Sul) e distância livre (Alex Louw,
África do Sul, 283 Km).
Após o Astra, em 1993, veio o Supra(Super Astra),
que em 1994 se tornou recordista de velocidade (Eric
Oddy com 16,85 Km/h) em triângulo de 25 Km. E ainda
em 1993, em substituição ao Starlite, surgiu o Prima
como asa de escola.
No início de 1994 são lançados o Sabra e o Spectra.
No fim do ano, o Xtra, que logo, também, se tornaria
recordista de distância a um gol declarado na África
do Sul (de novo, Alex Louw com 250 Km).
Em março de 1996, é lançado o Sentra no lugar do
Spectra e surge o Zen como equipamento de altíssimo
desempenho para competição.
Em 1997 surge o Futura, um intermediário de alta
performance derivado do Zen.
No início de 1998, são lançados o Santana, o Sierra
e o Tigra que substituem, respectivamente, o Sabra,
o Sentra e o Zen e no final do ano, surgem o
Bagheera que substitui o Tigra e o Allegra que
substitui o Futura.
Em 2000, o Santana e o Sierra cedem seus lugares ao
Fiesta que tem também uma versão para vôo-duplo
(embora o Futura 38/42 continue a ser produzido como
duplo para pilotos mas ambiciosos).
Em 2000 o Bagheera consegue o incrível feito de
vencer na categoria Serial e na Open(nesta,
competindo contra todo e qualquer tipo de parapente)
a etapa de Portugal da Paragliding World Cup.
Em 2001, o Bagheera, a despeito de continuar um
parapente incrivelmente performante, é substituído
pelo Simba, um parapente com a mesma homologação DHV
2 e ainda mais performante.
Algumas características interessantes dos parapentes
APCO merecem destaque:
-
A primeira selete a usar o reserva nas costas foi a
Paradise da APCO. Na ocasião, houve quem, no Rio,
por desdém, dissesse que não a usaria porque não
dava para olhar para o punho na hora de puxá-lo e
que, decolando invertido, havia o perigo do punho
enganchar no mato. Hoje, quem não usa reserva nas
costas é exceção.
-
A selete Secura foi a primeira a usar Air Bag, o que
hoje é uma unanimidade como proteção passiva.
-
O Supra, mercê de um sistema de elevadores e
acelerador absolutamente inovadores, foi o primeiro
parapente de linha a ultrapassar os 50 km/h.
- O tecido usado até 1992 era o Nylon Carrington
inglês e, a partir de 93, foi adotado o Nylon
Galvenor. Esse último, passou, a partir de 1994, a
ser garantido por três anos, coisa absolutamente
inédita na indústria.
- O Starlite possui todas as entradas de ar das
células do mesmo tamanho. Elas não diminuem nas
pontas e isso fez essa vela incrivelmente resistente
a colapsos.
- O Hilite III, usa células duplas, do mesmo modo
que o Hilite II, recurso hoje adotado, também no
Sentra e no Zen.
-
O Sabra e o Spectra usam o mesmo aerofólio do Supra,
diferindo no número de células e na geometria da
suspensão.
-
O Spectra possui todas as entradas de ar das células
com a mesma área. Elas ficam mais estreitas nas
pontas mas compensam isso aumentando de largura.
-
A partir do Xtra, os parapentes APCO se tornaram
mais fáceis ainda de inflar em vista da utilização
extensiva de mylar na parte dianteira das
intercélulas a fim de melhor abrir as entradas de
ar.
-
O Zen, e depois o Futura e o Sierra, possuem comando
duplo de freio com uma segunda linha atuando no
estabilizador. Isso permite ao parapente girar quase
nivelado ao enroscar.
-
Com exceção do Prima, todos os demais parapentes
APCO possuem três tirantes e não têm a fileira de
linhas D.
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Em 1997 foi lançado uma proteção lombar, a CABS(Closed
Air Bottle System) que faz uso de garrafas de
plástico tipo Coca-Cola fechadas.
-
Em 1999, a linha de parapentes conseguiu algo
absolutamente inédito. A pior homologação DHV é a do
Bagheera (DHV 2, estando na categoria de performance
em que todos os concorrentes são DHV 2-3). O Allegra
é o único parapente no mercado com DHV 1-2 e CEN/AFNOR
Standard com L/D 8. O Fiesta é DHV 1, o Allegra é
DHV 1-2 e o Bagheera é 2.
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Em 2002, o Keara, seguindo a tradição iniciada com o
Bagheera e mantida com o Simba, é também homologado
DHV 2 chegando próximo do L/D 9 e introduzindo as
inovadoras Válvulas HIT.
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Em fins de 2003, é lançado o Tetra em substituição
ao Fiesta.
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Em 2005 é lançado, em substituição ao Keara, o
Lambada (clique aqui para o teste completo
traduzido).
- Em 2006, o Karma substitui o Tetra como DHV 1,
saída-de-escola.
Veja também:
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